Certa ocasião, durante um seminário sobre lar e família, pedi aos cônjuges que analisassem seu relacionamento. Cada casal sentou-se separadamente. A certa altura, percebi que um deles, embora disfarçadamente, estava se desentendendo... As perguntas foram as seguintes:
1. Como está a nossa comunicação?2. Nós nos entendemos quanto à educação de nossos filhos?3. Quais são os nossos pontos fortes?4. Em que aspectos precisamos melhorar?5. Que nota as pessoas que nos conhecem dariam ao nosso casamento?6. O nível de nosso relacionamento é um bom exemplo para nossos filhos?7. Sabemos perdoar um ao outro?8. Quem de nós dois deve tomar a iniciativa para melhorar as coisas?9. A religião é algo prático em nossa vida, ou apenas uma fachada?
Os filhos dependem muito do nível de relacionamento entre os pais. Se os pais são pessoas maduras, os filhos vivem numa atmosfera equilibrada. Se os pais sabem administrar calmamente as perdas e os ganhos, os filhos desenvolvem uma personalidade forte e segura. Tal pai, tal filho.
A sociedade é o retrato das famílias que a compõem. Portanto, a violência e a corrupção que campeiam por todos os lados têm suas causas básicas na família. Famílias instáveis são laboratórios do mal. A esse ingrediente, acrescentem-se as influências externas. Forma-se, então, o círculo da deterioração social.
Ellen G. White, cujos conceitos sobre relacionamento familiar são incontestáveis, escreveu o seguinte: “É devido à falta de cristianismo no lar que há falta de poder na igreja.” – Orientação da Criança, pág. 550. A igreja é, também, o retrato das famílias que a compõem. Se ela vai mal, é porque as famílias vivem em desarmonia com as normas divinas.
No auge do socialismo, seus mentores afirmavam: “Melhoremos a sociedade, e melhoraremos os indivíduos.” Este conceito, porém, fracassou. Por quê? Porque a transformação da sociedade começa pela restauração de cada indivíduo. Quando o esposo se deixa transformar pelo poder divino; quando a esposa segue as normas bíblicas pertinentes a seu papel de “rainha do lar”; quando cada filho aceita a disciplina e admoestação do Senhor, então a igreja e, por extensão, a sociedade melhoram.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia é a menina dos olhos de Deus na Terra. Naturalmente, o Senhor possui um grande número de pessoas sinceras em todas as denominações. Mas, como povo, temos um privilégio singular: o acervo de orientações do Espírito de Profecia. Se toda a população mundial fosse adventista do sétimo dia – inclusive os governantes –, como estaria o tecido social hoje? Haveria tanto crime, tanta roubalheira, tanta droga e tanta concentração de renda nas mãos de uns poucos? Claro que não. Mas o mundo ainda não seria perfeito! Por quê? A causa já foi mencionada acima, mas, por uma questão de ênfase, deve ser repetida: “É devido à falta de cristianismo no lar que há falta de poder na igreja.”
O processo de restauração da família começa pelos cônjuges. Mas fidelidade conjugal não é suficiente. Há casais que são fiéis até à morte. Mesmo assim, vivem desentendendo-se. À fidelidade devem-se acrescentar outros ingredientes vitais: solidariedade, paciência, compreensão, perdão, diálogo, comunhão com Deus.
Quando essas coisas não são praticadas, os cônjuges são tentados a lançar mão das seguintes estratégias de manipulação:
Nos umbrais do coração de cada cônjuge deveriam estar escritas as palavras: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe; e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Efés. 4:29).
1. Chantagem emocional: Se você não fizer o que estou pedindo, vou embora.2. Armadilha da culpa: Como você pode fazer isso comigo depois de tudo o que fiz por você?3. Revelação divina: Deus me disse que você deve fazer o que eu estou lhe dizendo.4. Barganha: Se você não fizer o que estou pedindo, não pagarei as contas.5. Suborno: Faça o que estou dizendo, e você não se arrependerá.6. Por força e por poder: Cale a boca e faça o que mandei.7. Humilhação: Se você não fizer o que estou mandando, vou falar bem alto, para todos ouvirem como você é.8. Hipocondria: Por favor, não me aborreça com isso. Não percebe que estou doente?
Fonte: Revista Adventista, 2000, Casa Publicadora Brasileira
A igreja é um retrato dos lares por Rubens Lessa no advir.com.br e postado neste blog por Daiane Borges.
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